O Design Sprint é o processo pelo qual um grupo de pessoas se reúne durante um curto período, geralmente alguns dias, para trabalhar juntos de forma intensiva. Nesse período, são desenvolvidas várias atividades, tais como: desenhar ideias, discutir soluções, fazer protótipos rápidos e aplicar testes com pessoas reais.
Na abertura da ação educacional, Ana Paula Prosdocimi, Diretora da Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas (DIRDEP), deu as boas-vindas aos discentes rememorando a necessidade de todos estarem sempre atualizados e “em movimento”. Ela referiu-se ao “Programa EJEF em Movimento”, desenvolvido por sua diretoria com o objetivo de conectar os públicos à escola por meio de ações presenciais.
“Serão dois dias de imersão em vários projetos. Espero que essa vivência seja bastante produtiva e contribua para o aprimoramento e o desenvolvimento dos respectivos trabalhos”, destacou a gestora.
Desenvolvimento e aprimoramento de projetos reais
A ação educacional proporcionou a prática de projetos e programas reais nas varas judiciais, gabinetes, secretarias e setores administrativos do TJMG. Alguns já estão em funcionamento e foram aprimorados por meio da experiência da oficina, outros foram desenvolvidos e testados durante a imersão.
Rodrigo Mota Narcizo, docente das oficinas, explicou que ação educacional ficará marcada pela experiência e pelos resultados. “É a primeira vez que realizamos dez projetos simultâneos por meio dessa imersão, cada um deles impactando de forma positiva o trabalho dos servidores e colaboradores do TJMG e, consequentemente, os resultados”.
Priscila Pereira de Souza, Gerente do Centro de Desenvolvimento e Acompanhamento de Projetos do TJMG, destacou que o tema da oficina tem uma relação direta com o laboratório de inovação, porque ambos se concentram em promover processos criativos e colaborativos para resolver problemas complexos e desenvolver novas ideias. “Enquanto a oficina de Design Sprint é uma abordagem estruturada para desenvolver soluções em curtos períodos, o laboratório de inovação é um espaço onde equipes podem experimentar, testar e iterar em projetos de inovação ao longo do tempo” ressaltou a gestora. “Durante esses dois dias de imersão, fiquei impressionada com a intensidade da colaboração entre os participantes e como a abordagem estruturada do Design Sprint permitiu traçar soluções em curto período. Além disso, testemunhar a aplicação prática dessa metodologia na solução de problemas reais e ver a convergência de diferentes perspectivas em direção à ideias inovadoras, também foi incrível”, concluiu.
Alan Robert de Souza, Gerente de Secretaria da 1ª Vara Criminal da comarca de Santa Luzia, ressaltou a oportunidade de integração das diversas áreas e o enfoque na melhoria dos produtos e serviços. “É uma inovação que faz a diferença para os servidores, mas principalmente para o usuário.” A equipe a qual o servidor integra desenvolveu, durante os dois dias de trabalho, layout do novo painel do estudante no sistema SIGA.
Juliano Carneiro Veiga, Juiz de Direito da Comarca de Muriaé, afirmou que as atividades proporcionaram uma visão diferente dos desafios apresentados no cotidiano. “O curso formou facilitadores que vão atuar multiplicando o que foi apreendido na imersão. Nós colocamos em prática soluções para melhorar o fluxo, para mudar a interface e gerar valor tanto para quem atende quanto para quem procura a Justiça.”
Rodrigo Martins Faria, Juiz Auxiliar da Presidência e Coordenador da UAI-Lab, demonstrou: “Agora, por exemplo, nós estamos desenvolvendo, por meio da adoção dos nudges, que são incentivos comportamentais, um projeto que visa aumentar o índice de autocomposição no CEJUSC de Muriaé.”
Talitha Pedras, Assessora Judicial lotada no Juizado Especial Cível de Belo Horizonte, viu na oficina uma oportunidade de fazer mudanças significativas. “Percebo que é uma oportunidade de aprendermos novas formas de prestar o serviço à sociedade. Na minha opinião, acredito que o que mais essa imersão trouxe de melhor para a gente é a proposta de tornar simples e acessível a forma de apresentar o nosso produto com foco no objetivo de atender bem à jurisdição”, concluiu. O grupo formado pela servidora atuou com o protótipo que visa colocar em prática a portaria nº. 1391/2022 que regulamenta o uso de linguagem simples e de direito visual no Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais.
Multiplicadores
Em etapa anterior à imersão, dez facilitadores voluntários foram capacitados com o objetivo de compartilhar e multiplicar a metodologia.
Paulo Valetta Neto, Analista Judiciário lotado na área de informática é um desses facilitadores. “Fizemos um curso EAD ofertado pela Escola Judicial para que pudéssemos absorver o conteúdo teórico e aprender as principais técnicas do processo. Tivemos todas as informações para aprofundar o conhecimento sobre a metodologia. Depois dessa formação, viemos participar dessa imersão com um grupo maior e mais diverso”, destacou ele.
Os alunos se organizaram em equipes onde havia pessoas desempenhando as funções de facilitadores, especialistas e definidores.
Após os processos de desenvolvimento e cocriação, os definidores apresentaram seus projetos aos demais participantes. Fundamentados em testes e entrevistas realizados com os possíveis usuários do serviço/produto, eles justificaram a criação, manutenção e modificação de estratégias e ferramentas.