IECON-TRT5 Índice de Expectativa de Conciliação com utilização de I.A.
IECON-TRT5
Desafio:
Utilizar ferramentas tecnológicas de Business Intelligence (BI) para identificar processos com maior chance de conciliação visando evitar ocupar tempo de magistrados, servidores e das partes com processos com baixo potencial de conciliação. Potencializar a possibilidade de êxito com a utilização de inteligência artificial para reconhecimento de tendências de acordo com o histórico de conciliações ao longo do tempo.
Contextualização:
A conciliação na Justiça Trabalhista é um importante meio de solucionar conflitos entre empregados e empregadores de forma mais rápida e eficiente.
A utilização de ferramentas tecnológicas de Business Intelligence (BI) pode desempenhar um papel crucial na facilitação desse processo, trazendo diversos benefícios para todas as partes envolvidas, a saber:
- Acesso a dados abrangentes e atualizados: As ferramentas de BI permitem coletar, armazenar e analisar grandes volumes de dados relacionados aos processos trabalhistas. Isso inclui informações sobre acordos anteriores, decisões judiciais, jurisprudências, entre outros dados relevantes. Com acesso a essas informações, os mediadores e conciliadores podem tomar decisões mais informadas e embasadas.
- Análise preditiva: Com a capacidade de analisar dados históricos, as ferramentas de BI podem oferecer insights preditivos sobre a probabilidade de sucesso em diferentes cenários de conciliação. Isso permite que as partes tenham uma visão mais clara das possíveis consequências de suas decisões, facilitando a busca por soluções consensuais.
- Identificação de padrões e tendências: Através da análise dos dados, a inteligência artificial agregada às ferramentas de BI, podem identificar padrões e tendências em casos de conciliação bem-sucedidos. Esses insights podem ser usados para desenvolver estratégias mais eficazes e personalizadas para resolver disputas, tornando o processo de conciliação mais eficiente.
- Redução de custos e tempo: Com o auxílio do BI, é possível identificar de forma mais rápida e precisa os principais pontos de conflito e as possíveis soluções. Isso pode levar a uma redução significativa no tempo gasto com o processo de conciliação, além de diminuir os custos associados a litígios prolongados.
- Transparência e credibilidade: A utilização de ferramentas de BI pode fornecer um ambiente mais transparente para a conciliação, uma vez que as decisões podem ser fundamentadas em dados objetivos e imparciais. Isso aumenta a credibilidade do processo e das partes envolvidas.
- Estímulo à conciliação: Com a aplicação de tecnologias de BI, é possível destacar os benefícios da conciliação para as partes, incentivando-as a optarem por essa via de resolução de conflitos em detrimento do litígio judicial. Isso pode ajudar a descongestionar o sistema judiciário e promover uma cultura de resolução pacífica de disputas.
- Aprimoramento contínuo: As ferramentas de BI permitem a análise contínua dos resultados das conciliações, possibilitando a identificação de áreas que precisam de melhoria e o desenvolvimento de novas estratégias para aprimorar o processo de conciliação ao longo do tempo.
Objetivos:
- Identificar processos com maior chance de conciliação, tendo em vista as características dos processos;
- Identificar partes demandadas com histórico de conciliação;
- Identificar processos com potencial de conciliação que possuem recursos no Sistema Garimpo;
- Ampliar o número de acordos;
- Aumentar o índice de conciliação;
- Potencializar as chances de conciliação com o reconhecimento de tendências e repetições dentro do universo de processos trabalhistas com similaridades, através do uso de inteligência artificial agregada às ferramentas de B.I.
- Minimizar e otimizar o tempo utilizado com tentativas de conciliação.
Metodologia e ferramentas:
Foi utilizada a metodologia design thinking por possuir uma abordagem de resolução de problemas e desenvolvimento de projetos que enfatiza a compreensão das necessidades e desejos dos usuários finais. Ademais, essa metodologia coloca as pessoas no centro do processo de design, incentivando a empatia, colaboração e experimentação. As etapas utilizadas foram:
Empatia:
A primeira etapa do design thinking envolve compreender as necessidades, desejos e problemas dos usuários.O objetivo foi obter uma compreensão profunda dos desafios enfrentados pelos usuários e desenvolver empatia com suas experiências.
Definição do problema:
Com base nas informações coletadas na etapa de empatia, a equipe definiu claramente o problema a ser resolvido. Essa etapa ajuda a evitar suposições e a garantir que o problema real seja abordado.
Geração de ideias:
Nesta etapa, a equipe se envolveu em um processo de brainstorming para gerar uma ampla variedade de ideias para resolver o problema identificado. O objetivo é incentivar a criatividade e o pensamento inovador. Todas as ideias são bem-vindas nessa fase, sem críticas ou julgamentos prematuros.
Prototipação:
Depois de ter uma seleção de ideias, a equipe partiu para a criação de protótipos rápidos e de baixo custo. O objetivo foi criar algo tangível que possa ser testado e compartilhado com os usuários para obter feedback. Isso foi feito com a disponibilização do painel de b.i. voltado para o uso dos gestores das unidades jurisdicionais e constantemente aprimorado de acordo com demandas dos usuários como busca do valor atualizado do processo no PJe, integração com o Sistema Garimpo, identificação de audiências de conciliação anteriores, identificação de homologação de acordos anteriores.
Teste e iteração:
Os protótipos desenvolvidos estão sendo testados com os usuários para avaliar sua eficácia em atender às necessidades identificadas na fase de empatia. Com base no feedback recebido, a equipe faz iterações no design, refinando e aprimorando o projeto. Esse processo de testar e iterar é repetido até que uma solução satisfatória seja alcançada. Estamos monitorando os índices de conciliação das unidades envolvidas buscando a comprovação da eficácia da solução.
Entregas:
- Elaboração de painel de BI com informações sobre processos solucionados por conciliação e pendentes de solução do 1º e 2º graus, informações úteis tanto para Varas do Trabalho como para Cejuscs de 1º e 2º graus.
- Elaboração do índice de expectativa de conciliação (IECON-TRT5), utilizando algoritmo de BI e introduzindo um modelo de Inteligência Artificial, que indica a chance de um processo ser conciliado em razão de suas características (réus, valor da causa, histórico de conciliação, histórico das partes, dos advogados, da unidade, etc). Nesse contexto, estão em desenvolvimento duas soluções que utilizam inteligência artificial, uma desenvolvida pela equipe da Setic do TRT5 e outra em processo de colaboração obtida com o TRT-SC, ambas em fase de homologação, mas já efetivamente sendo utilizadas para a montagem de pautas para conciliação.
- Integração com o Sistema Garimpo para sinalizar as ações em que existem recursos financeiros identificados no sistema garimpo que podem ser a solução para os litígios em questão.
A utilização de ferramentas tecnológicas de Business Intelligence, agregadas com funcionalidades de Inteligência Artificial, na Justiça Trabalhista pode trazer diversos benefícios para o processo de conciliação, tornando-o mais eficiente, transparente e eficaz na resolução de conflitos entre as partes envolvidas. Isso contribui para reduzir a sobrecarga do sistema judicial e promover uma cultura de resolução pacífica de disputas trabalhistas. A leitura de grandes volumes de informações e o reconhecimento de tendências de acordo com o que já houve, só é possível por intermédio destes facilitadores.
- E-mail do laboratório: liods-trt5@trt5.jus.br