“ACESSI JUSTIÇA” – Acessibilidade na Justiça
PROJETO: “ACESSI JUSTIÇA” – Acessibilidade na Justiça
1. Introdução
O projeto “Acessi Justiça” surge da necessidade urgente de promover a acessibilidade comunicacional para pessoas surdas no âmbito do Poder Judiciário do Estado do Espírito Santo. A ausência de atendimento inclusivo compromete o pleno acesso à justiça para essa parcela da população, que enfrenta barreiras de linguagem e compreensão dos trâmites processuais. A proposta foi desenvolvida no Laboratório de Inovação do TJES (InovaJus) com base na metodologia de Design Thinking, voltada para soluções centradas nas necessidades reais dos cidadãos.
2. Objetivo Geral
Garantir o acesso de pessoas surdas ao sistema de justiça de forma inclusiva, ágil e humanizada, eliminando barreiras de comunicação e proporcionando atendimento eficiente por meio de tecnologias acessíveis e pessoal capacitado.
3. Objetivos Específicos
- Disponibilizar atendimento remoto e presencial com intérpretes de Libras sem necessidade de agendamento;
- Oferecer totens de autoatendimento acessíveis nos fóruns;
- Capacitar servidores e estagiários para comunicação básica em Libras;
- Implementar campanhas educativas sobre acessibilidade no Judiciário;
- Desenvolver um chatbot acessível via WhatsApp para consultas processuais.
4. Problema Identificado
Atualmente, pessoas surdas enfrentam grandes dificuldades ao buscar informações e atendimento no Judiciário capixaba, em razão da inexistência de mecanismos adequados de comunicação. Isso gera frustração, desinformação, morosidade e sensação de exclusão do sistema de justiça.
5. Público-alvo
Pessoas surdas que se comunicam prioritariamente em Libras, usuárias dos serviços do Poder Judiciário do Espírito Santo.
6. Metodologia Utilizada
Foi aplicada a abordagem de Design Thinking, priorizando a escuta ativa dos usuários e a cocriação de soluções com base em empatia, ideação, prototipagem e testes. O projeto foi desenvolvido no curso de Formação de Laboratoristas promovido pelo CNJ, entre 26 e 28 de fevereiro de 2025.
7. Etapas do Projeto
- Empatia
Criação da persona “Dona Maria” – mulher surda, de baixa renda, divorciada, precisando de pensão, mãe de três filhos, com dificuldades para entender o andamento do processo de alimentos. Sua principal dor é a falta de comunicação efetiva no Judiciário. - Definição do Problema
A comunicação com pessoas surdas no Judiciário é falha, desestruturada e excludente. - Ideação
Soluções propostas:
- Atendimento remoto com intérprete de Libras via Google Meet;
- Totens acessíveis nos fóruns;
- Pessoal treinado (servidores e estagiários);
- Campanhas educativas;
- Chatbot com foco em acessibilidade.
- Prototipagem
Ajuste dos contratos de terceirizados para disponibilização de intérpretes. Utilização da estrutura de balcão virtual já existente. Treinamento básico para equipe de atendimento. - Testes
Realização de piloto com usuários surdos para avaliar eficiência, clareza, tempo de atendimento e satisfação.
8. Como Funciona
Ao chegar na unidade judicial, a pessoa surda é atendida por um servidor que aciona imediatamente um intérprete de Libras via videoconferência, por meio do Google Meet. O intérprete realiza a mediação da comunicação, orienta o cidadão sobre o andamento do processo e esclarece dúvidas.
Totens de autoatendimento e servidores treinados complementam o atendimento presencial. O chatbot no WhatsApp é uma opção para consultas remotas.
9. Parcerias Envolvidas
- Internas:
- Laboratório de Inovação do TJES (InovaJus)
- Setor de Atendimento ao Público
- Secretaria de Tecnologia da Informação
- Núcleo de Inclusão e Acessibilidade
- Escola da Magistratura para capacitação
- Externas (futuras):
- Ministério Público
- Defensoria Pública
- OAB
- Justiça Federal, TRT e TRE
- EMES
- Instituições de ensino para apoio na formação em Libras
10. Resultados Esperados
- Atendimento judicial mais humanizado e acessível;
- Redução do tempo de espera para pessoas surdas;
- Maior compreensão sobre os próprios processos;
- Aumento da confiança da população surda no sistema de justiça;
- Inclusão social efetiva no acesso à informação jurídica.
11. Indicadores de Sucesso
- Nº de atendimentos realizados com intérprete de Libras;
- Tempo médio de espera no atendimento;
- Satisfação dos usuários (via pesquisa);
- Nº de servidores e estagiários capacitados em Libras;
- Taxa de utilização da plataforma virtual e chatbot;
- Ampliação do serviço para outras comarcas.
12. Sustentabilidade da Solução
O projeto utiliza ferramentas e tecnologias já disponíveis (Google Meet, WhatsApp, totens existentes), com baixo custo de implementação. A formação de parcerias e a utilização de pessoal terceirizado especializado garantem escalabilidade e manutenção sustentável da proposta.
- E-mail do laboratório: li2@tjes.jus.br