Trilha Renovar – Sustentabilidade para a Vida
PROJETO: Trilha Renovar - Sustentabilidade para a Vida
1. Introdução
1.1. Contexto e Relevância
O projeto nasce da necessidade de desenvolver iniciativas interdisciplinares que promovam, de forma integrada, a inclusão social e a conservação ambiental em ecossistemas estratégicos da Paraíba e de Pernambuco. A proposta visa impactar positivamente pessoas em situação de vulnerabilidade social por meio de ações voltadas à formação cidadã, capacitação profissional e inovação social, ao mesmo tempo em que contribui para a conservação e valorização dos biomas locais, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e o equilíbrio ambiental das regiões envolvidas.
1.2. Alinhamento com a Agenda 2030
O projeto contribui diretamente para os seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):
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ODS 4: Educação de qualidade, promovendo capacitação em práticas sustentáveis e culturais.
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ODS 10: Redução das desigualdades, promovendo inclusão social de pessoas em situação de vulnerabilidade.
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ODS 13: Ação contra a mudança global do clima, por meio da recuperação do bioma local e sequestro de carbono.
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ODS 15: Vida terrestre, com foco na conservação e restauração do bioma local.
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ODS 16: Paz, justiça e instituições eficazes, ao fomentar práticas de justiça restaurativa.
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ODS 17: Parcerias e meios de implementação, através da cooperação interinstitucional.
2. Identificação do Problema ou Necessidade Comum
2.1. Desafio a Ser Abordado
Como proporcionar novas oportunidades de desenvolvimento e inclusão para pessoas em situação de vulnerabilidade, promovendo sua capacitação e participação ativa em ações de proteção e valorização dos ecossistemas socioambientais da Paraíba e de Pernambuco?
2.2. Dados e Evidências
2.2.1. TJPB
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O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) reconhece a importância de desenvolver projetos interdisciplinares que promovam entregas sociais relevantes, especialmente ao integrar pessoas em situação de vulnerabilidade em ações de preservação ambiental e transformação cultural. A partir dessa perspectiva, busca-se potencializar essa proteção por meio de iniciativas que aliem capacitação profissional, inserção social e práticas restaurativas, com foco na mediação de conflitos e na promoção de alternativas construtivas.
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O Núcleo de Gestão Socioambiental desenvolve políticas ativas de gestão socioambiental e integra redes de promoção da sustentabilidade. Nesse contexto, identificou a necessidade de fortalecer a proteção e a valorização do Ecossistema Paraibano, promovendo práticas sustentáveis em articulação com a sociedade civil.
2.2.2 TRT-13
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O Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (TRT-13) possui experiência consolidada em programas de capacitação profissional e ações de combate ao trabalho infantil.
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Desenvolve iniciativas de formação em sustentabilidade, educação ambiental e mitigação de impactos ambientais.
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Mantém parceria com instituições de apoio à população vulnerável e possui estrutura para oferecer oficinas técnicas de capacitação profissional.
2.2.3 TJPE
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Referência na promoção de oficinas de inovação e ações educativas com uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem.
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Experiência em projetos de inovação social locais e nacionais (o IDEIAS TJPE coordenou as duas últimas edições do evento PopRuaJud, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça).
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Experiência acumulada em práticas socioambientais e na articulação de redes para a proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade, com ações alinhadas às políticas públicas sustentáveis.
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Experiência no desenvolvimento de projetos focados na área de infância e juventude.
3. Laboratórios Envolvidos e Parceria
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Centro de Inteligência e Inovação (CEIIN) – Laboratório de Inovação do TJPB
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LABOR – Laboratório de Inovação do TRT-13
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IDEIAS – Laboratório de Inovação do TJPE
Além dos laboratórios, participam:
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Coordenações de Sustentabilidade
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Núcleos de Justiça Restaurativa
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Coordenação da Infância e Juventude
3.1 Justificativa da Parceria
A união dos 3 Tribunais (TJPB, TRT-13 e TJPE), por meio dos seus Laboratórios de Inovação, permite potencializar expertises complementares: promoção de políticas públicas inovadoras, capacitação profissional, justiça restaurativa e proteção socioambiental. Esta articulação cria um ecossistema institucional capaz de gerar impacto social e ambiental positivo, com foco em pessoas em situação de vulnerabilidade na Paraíba e em Pernambuco.
Além disso, o desenvolvimento das ações elencadas neste projeto contribuem para a articulação de redes de inovação regionais, o que amplifica o potencial transformador dos laboratórios de inovação a partir de práticas conjuntas de trabalho.
4. Proposta de Valor e Beneficiários
4.1. Principais Beneficiários
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Pessoas em situação de vulnerabilidade:
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Receberão capacitação, orientação e participação ativa em ações socioambientais, promovendo sua ressocialização, desenvolvimento pessoal e profissional.
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Ganharão novas habilidades, aumentando suas perspectivas de reintegração social e inserção no mercado de trabalho.
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A comunidade:
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Será beneficiada pela conservação do Ecossistema paraibano e pernambucano, melhorando a qualidade ambiental, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e potencializando a geração de renda sustentável através do fortalecimento de atividades como agricultura e extrativismo responsável.
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O meio ambiente:
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Todo o Ecossistema conservado contribuirá para o sequestro de carbono, preservação da biodiversidade e mitigação dos efeitos da degradação ambiental na região.
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Os Tribunais:
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Fortalecimento da atuação institucional na promoção da Justiça Restaurativa, da sustentabilidade e da inovação social.
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Integração e fortalecimento de setores como Núcleo de Justiça Restaurativa, Sustentabilidade, Infância e Juventude, e Laboratórios de Inovação.
4.2. Benefícios Esperados (Proposta de Valor)
4.2.1 Sociais
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Educação de pessoas em situação de vulnerabilidade através de atividades educativas e produtivas ligadas ao meio ambiente.
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Desenvolvimento de competências socioemocionais e profissionais, como responsabilidade, trabalho em equipe, cidadania e capacitação técnica.
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Fortalecimento da Justiça Restaurativa, promovendo alternativas eficazes de solução de conflitos e proteção à dignidade.
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Promoção da inclusão social, dando uma nova perspectiva de vida a grupos com restrito acesso a oportunidades de qualificação e participação cidadã.
4.2.2 Econômicos
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Geração de novas fontes de renda a partir do fortalecimento de práticas sustentáveis ligadas à Sustentabilidade, beneficiando comunidades locais.
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Capacitação de pessoas vulneráveis para atuação em atividades ambientais e agrícolas, ampliando suas oportunidades de inserção produtiva.
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Redução de custos sociais relacionados à oportunidades de emprego e aos impactos da degradação ambiental.
4.2.3 Culturais
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Desenvolvimento de habilidades socioemocionais: fortalecimento da autoestima, criatividade, empatia e capacidade de expressão.
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Fortalecimento da identidade cultural: valorização das raízes culturais locais e regionais, promovendo o pertencimento e a autoestima.
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Redução da vulnerabilidade social: ocupação positiva do tempo e prevenção de situações de conflito através da participação em atividades culturais significativas.
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Promoção da diversidade e inclusão: reconhecimento e respeito às diferentes manifestações culturais dos participantes.
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Ampliação de repertórios artísticos: descoberta de novos talentos e potencial estímulo a futuras inserções no campo da cultura, arte e economia criativa.
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Integração com ações ambientais e restaurativas: articulação da cultura com a sustentabilidade, reforçando uma visão ampla e interdependente do ser humano e da natureza.
4.2.4 Ambientais
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Conservação do Ecossistema local, contribuindo para manutenção e valorização de um bioma relevante e estratégico para a Paraíba e Pernambuco.
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Aumento do sequestro de carbono, mitigando os efeitos das mudanças climáticas e promovendo a descarbonização na Paraíba e em Pernambuco.
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Preservação da biodiversidade, com benefícios para o equilíbrio ecológico e a segurança hídrica.
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Promoção da sustentabilidade, integrando ações ambientais à agenda institucional dos Tribunais.
4.2.5 Institucionais
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Fortalecimento da imagem do TJPB, TJPE e do TRT 13 como instituições comprometidas com a inovação social, sustentabilidade e a promoção dos direitos humanos.
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Integração intersetorial entre diversos núcleos e setores dos tribunais, promovendo uma atuação mais colaborativa e eficiente.
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Produção de conhecimento sobre boas práticas de ressocialização e conservação ambiental, que poderá ser replicado em outras regiões e instituições.
5. Abordagem Metodológica: Design Thinking
O projeto será realizado em formato de trilha formativa modular, com oficinas práticas, vivências, rodas de conversa, mentorias e projetos coletivos. A metodologia será baseada na aprendizagem por projetos e no design thinking.
5.1. Princípios do Design Thinking
Nossa abordagem é guiada pelos seguintes princípios do Design Thinking:
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Foco no Usuário: todas as etapas partem da compreensão profunda das necessidades e dores dos beneficiários, através de abordagem etnográfica de compreensão do problema.
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Colaboração: valorizamos a multidisciplinaridade e a cocriação entre os laboratórios e demais partes interessadas.
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Experimentação: adotamos uma cultura de prototipagem rápida e testes contínuos para validar e refinar as soluções.
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Iteração: o processo é não-linear e adaptativo, permitindo revisões e aprimoramentos constantes.
5.2. Etapas do Processo de Inovação
As etapas do projeto foram definidas com base na abordagem do Design Thinking e na metodologia do Duplo Diamante, conforme descrito a seguir:
1. Demanda ou Desafio
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Seleção e encaminhamento de um desafio (dor) institucional ou interinstitucional para os Laboratórios de Inovação criarem os projetos e realizarem o acompanhamento;
2. Descoberta e Imersão no desafio
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Coleta de dados e evidências de cada tribunal participante;
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Abordagem etnográfica: Tem o objetivo de entender e conhecer o problema sob a ótica do usuário, através da observação, interação e coleta de informações relacionadas com o desafio. Essas atividades são desempenhadas, sempre que possível, in loco, próximo de todos os envolvidos no desafio, como forma de estimular a empatia e centralização do processo no usuário. Nesta fase são estruturados formulários e pesquisas para coleta de informações.
3. Definição do problema a ser resolvido
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Oficinas virtuais: A partir da experiência vivenciada na imersão e dos dados coletados durante a observação, o problema passa a ser redefinido de forma a ficar mais claro, conciso e focado no usuário. Nesta fase são realizadas oficinas de inovação para definição e redefinição do problema, considerando os dados e evidências coletadas.
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Redefinição do problema: O problema será reformulado, a partir das evidências coletadas e da escuta dos usuários, com o objetivo de identificar com maior precisão os obstáculos à adoção da linguagem simples nos processos de conciliação, tornando o desafio mais claro e alinhado às reais necessidades comunicacionais dos envolvidos.
4. Ideação e pesquisa de soluções alternativas
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Os três laboratórios de inovação atuarão de forma colaborativa na ideação de soluções para aprimorar a linguagem simples utilizada nos contextos de conciliação. Serão realizadas sessões conjuntas de cocriação, com base em dados coletados, experiências compartilhadas e referências já consolidadas, visando identificar estratégias eficazes para tornar a comunicação mais acessível, respeitosa e compreensível a todos os públicos.
5. Prototipação, desenvolvimento e testes
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As propostas desenvolvidas em conjunto pelos três laboratórios serão transformadas em protótipos e testadas em diferentes realidades institucionais, permitindo ajustes e validação a partir de múltiplas perspectivas. O trabalho colaborativo garantirá diversidade de contextos, maior robustez das soluções e potencial de escalabilidade no sistema de Justiça.
6. Inovação Contida na Proposta de Solução
6.1 Integração de Justiça Restaurativa e Sustentabilidade
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Utiliza práticas ambientais, como o plantio, como ferramenta pedagógica e terapêutica para pessoas em situação de vulnerabilidade.
6.2 Valorização do Ecossistema Local como eixo central
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Resgata e fortalece a importância do bioma local, ameaçado e muitas vezes invisibilizado, associando-o à luta contra a degradação ambiental e às mudanças climáticas.
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Conscientiza os participantes sobre a potencialidade econômica e ecológica, promovendo uma relação afetiva e protetiva com o território.
6.3 Metodologia participativa e colaborativa
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Utiliza o Design Thinking como metodologia para desenvolver o projeto e ajustá-lo com foco no usuário.
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Usa ferramentas de Design Thinking para envolver o público-alvo do projeto na cocriação das soluções, respeitando suas ideias e promovendo o seu protagonismo.
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Oferece oficinas práticas e mini-cursos de capacitação, acrescendo relevância ao projeto.
6.4 Aliança entre órgãos do Judiciário e setores ambientais
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Integra diversas áreas do TJPB, TJPE e TRT 13, além de envolver especialistas em meio ambiente, criando um modelo de governança interinstitucional para políticas públicas de inclusão e sustentabilidade.
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Estabelece um ecossistema colaborativo entre Justiça Restaurativa, Infância e Juventude, Sustentabilidade e Gestão Estratégica.
6.5 Criação de indicadores de impacto social e ambiental
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O projeto propõe medidas objetivas de impacto, como número de mudas plantadas, hectares plantados, redução de reincidência e satisfação dos participantes.
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Estabelece um modelo de avaliação integrada que pode ser replicado por outras instituições.
6.6 Geração de oportunidades socioeconômicas
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Oferece capacitação certificada que amplia as chances de inserção das pessoas em situação de vulnerabilidade em atividades sustentáveis.
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Conecta socialização com empreendedorismo verde, ampliando horizontes e reduzindo o risco de violência.
7. Ação Inicial: Adolescentes em Conflito com a Lei e a Conservação da Caatinga – Campina Grande
Como ação inicial do “Trilha Renovar – Sustentabilidade para a Vida”, será conduzida uma ação em Campina Grande – Paraíba, onde serão desenvolvidas as quatro trilhas propostas com foco na:
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Ressocialização de adolescentes em conflito com a lei, por meio de oficinas formativas e ações de justiça restaurativa.
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Conservação da Caatinga, com atividades práticas como o plantio coletivo de mudas e formação em práticas sustentáveis.
Objetivos específicos da ação:
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Promover a inclusão social e a capacitação de adolescentes em situação de vulnerabilidade.
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Contribuir para a conservação ambiental de áreas de Caatinga em Campina Grande.
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Validar a metodologia do projeto para posterior ampliação e replicação em outras regiões da Paraíba e Pernambuco.
8. Cronograma e Entregas
O cronograma pormenorizado para o desenvolvimento do projeto seguirá as etapas da abordagem do design thinking e será alimentado ao longo do processo.
Marco 1 - Definição do desafio: maio de 2025
Marco 2 - Imersão no desafio: junho de 2025
Marco 3 - Definição do problema a ser resolvido: julho de 2025
Marco 4 - Ideação e pesquisa de soluções alternativas: agosto e setembro de 2025
Marco 5 - Prototipação, desenvolvimento e testes: outubro a dezembro de 2025
9. Equipe do Projeto
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TJPB
Equipe CEIIN
- Juíz Jeremias de Cassio Carneiro de Melo
- Tatyanna Nadabia de Souza Lima Paes
- Aline Fernandes da Nóbrega
- Fabio Lima da Costa
Núcleo de Gestão Socioambiental
- Viviane dos Santos Sousa
- Silvia Viegas Gabinio
Núcleo de Justiça Restaurativa (NEJURE)
- Juiza Ivna Mozart Bezerra Soares
- Suerda Gabriela Ferreira de Araújo
Coordenadoria da Infância e Juventude (COINJU)
- Juíz Hugo Gomes Zaher
Grupo de Monitoramento e Fiscalização dos Sistemas Carcerário e Socioeducativo (GMF)
- Gabriella Guedes Santos
Gerência de Planejamento
- Ana Caroline Leal Vasconcelos
- Roberta Costa de Carvalho
Diretor de Governança
- Bruno Emmanuel Medeiros de Oliveira
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TRT-13
Labor - Laboratório de Inovação do TRT-13
- Marcelo Luis Machado Moura
- Mariana Gomes Lira Santos
Núcleo de Gestão Socioambiental
- Jackson Bertamoni de Lima
- Rosa Aparecida Caraça
Assessoria de Projetos Sociais e Promoção dos Direitos Humanos (ASPROS)
- Jamilly Rodrigues Cunha
- Rosana Amancio Pereira
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TJPE
Equipe IDEIAS
- Juiz José Faustino Macêdo
- João Guilherme de Melo Peixoto
- Ayrton Rodrigo de Freitas
Equipe Coordenadoria da Infância e Juventude
- Desembargador Élio Braz Mendes
- Hebe Pires Ramos
- Kátia Fernanda Faria Assad
- Maria Teresa Bezerra Sampaio
- Danielle Maria Souza Sátiro
Núcleo de Sustentabilidade
- Ayrton da Rocha Lapa
- E-mail do laboratório: labor@trt13.jus.br
- E-mail do laboratório: ideias@tjpe.jus.br
- E-mail do laboratório: ceiin@tjpb.jus.br